quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

hoje



P’ra começar, dizer que viajar de comboio em horas de ponta e em dias de chuva torna tudo muito mais complicado.
Assim que entro no comboio sinto uma onda de calor do caraças, e não era calor humano (esse chegou na estação seguinte). O ar condicionado estava super quente, um horror! Toca a tirar o cachecol, despir o casaco(ão), jogar o guarda-chuva para um canto, tentar dobrar o casaco (ali, naquele espaço, torna-se uma coisa gigante) e pô-lo no colo. Já transpirava, mas até à estação seguinte ainda tinha de conseguir arrumar a mala e um saco (que tinha colocado descontraidamente no assento do lado, ainda vazio). Enfiei ambos no espaço entre mim e a lateral do comboio. Pego no meu livro e começo a ler, sentia a minha cara a ferver…  Na estação seguinte,  e com a entrada de mais passageiros é que começa o verdadeiro fandango.  A senhora. que se sentou ao meu lado também sentiu o mesmo calor que eu e decide começar a despir-se (tal como eu) e quando dou por mim, também tenho o casaco dela em cima de mim. A senhora da frente ao tentar encaixar o guarda-chuva larga-me uma cacetada na perna e nem se apercebeu (ainda bem que era um guarda-chuva, se fosse uma catana tinha sido bem pior…).
A viagem ainda não ia a meio e eu continuava a ferver, mas já não era só do calor…
Enfim, apesar dos pesares, gosto das minhas viagens de comboio (sobretudo das matinais), porque há sempre uma coisa da qual nunca me canso, a vista que tenho de Lisboa quando o comboio passa na ponte. Hoje, como estava nevoeiro, não tive esse prazer…

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