P’ra começar, dizer que viajar de
comboio em horas de ponta e em dias de chuva torna tudo muito mais complicado.
Assim que entro no comboio sinto
uma onda de calor do caraças, e não era calor humano (esse chegou na estação
seguinte). O ar condicionado estava super quente, um horror! Toca a tirar o
cachecol, despir o casaco(ão), jogar o guarda-chuva para um canto, tentar
dobrar o casaco (ali, naquele espaço, torna-se uma coisa gigante) e pô-lo no
colo. Já transpirava, mas até à estação seguinte ainda tinha de conseguir arrumar a
mala e um saco (que tinha colocado descontraidamente no assento do lado, ainda vazio).
Enfiei ambos no espaço entre mim e a lateral do comboio. Pego no meu livro e
começo a ler, sentia a minha cara a ferver…
Na estação seguinte,
e com a entrada de mais passageiros é que começa o verdadeiro
fandango. A senhora. que se sentou ao
meu lado também sentiu o mesmo calor que eu e decide começar a despir-se (tal
como eu) e quando dou por mim, também tenho o casaco dela em cima de mim. A
senhora da frente ao tentar encaixar o guarda-chuva larga-me uma cacetada na
perna e nem se apercebeu (ainda bem que era um guarda-chuva, se fosse uma
catana tinha sido bem pior…).
A viagem ainda não ia a meio e eu
continuava a ferver, mas já não era só do calor…
Enfim, apesar dos pesares,
gosto das minhas viagens de comboio (sobretudo das matinais), porque há sempre
uma coisa da qual nunca me canso, a vista que tenho de Lisboa quando o comboio
passa na ponte. Hoje, como estava nevoeiro, não tive esse prazer…
lindooooo, adoro estas descrições.
ResponderEliminare adoro a rapariga da foto, linda!