a viagem

 

Hoje vim de comboio. Nestes dias de chuva em que passar a Ponte 25 de Abril é um pesadelo, é, de facto, o melhor meio de transporte.

Mas há dias em que mesmo de comboio a coisa não corre às mil maravilhas…

Ao meu lado sentou-se um homem com um perfume intenso, cheirava a canela, horrível. Aquele aroma entrou-se-me nas narinas como se de pimenta se tratasse. Comecei logo com comichões no nariz e daí aos espirros foram uns segundos.

Não sei se atordoada pelo cheiro ou se embrenhada na minha leitura, não saí na estação que devia. Saí do transe em que me encontrava com uma voz masculina a informar através do altifalante que, excepcionalmente a saída seria feita pelas portas do lado direito. Eh pá! Calma aí! Eu saio sempre pelas portas do lado direito. Foi quando percebi que já estava na estação de Roma/Areeiro. Estupidamente saio do comboio e dirijo-me para outra linha para apanhar outro de volta. A meio do caminho percebo que não devia ter saído do comboio, trata-se de uma estação terminal e aquele era o comboio que eu devia apanhar para regressar a Entrecampos. Oh pá!, se a estupidez pagasse imposto…

Enfim, lá consegui enfiar-me no comboio e saí, como estava inicialmente previsto, em Entrecampos. Chovia. Como já estava atrasada, não fui comprar os croissants do costume (hão de fazer-me falta durante o dia). Chovia. As botas que eu pensei serem impermeáveis, afinal não são.

Bom dia!